Carpintaria da Palavra
Dúnia de Freitas
"Ele desvestiu a poesia como se desveste uma roupa"
João Cabral de Melo Neto
Desinquieto navega o mar
onde os gemidos das alcíones
denunciam a solidão diante das palavras.
Era o firmamento refletido
num espelho de ônix: facetas conjugadas
para a infinitude da imagem.
Diante do sol, construir seu poema
era alforriar-se das quimeras.
Misto de brandura e de tormento.
Cedente, a loucura se inflama.
Depois do incêndio das palavras
o poeta costura suas imagens.
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